O dia 18 de outubro foi considerado por várias organizações internacionais como o Dia Internacional de Ação sobre as Bioenergias.
Apesar de estar considerada como fonte de energia renovável, são múltiplas as situações de sobre-exploração de recursos naturais, incluído o abate de arvoredo em florestas ancestrais europeias.
Na Europa têm sido várias as denúncias de perda de coberto arbóreo nativo, em cortes associados ao aproveitamento energético e de instalação de monoculturas intensivas com o mesmo objetivo.
No caso de Portugal, a situação de desflorestação, a forte pressão causada pelos incêndios e a proliferação de unidades de transformação de biomassa florestal residual para energia elétrica, de dimensão regional e desenquadradas de ciclos produtivos silvoindustriais, assume crescente preocupação.
Tendo presentes as crescentes denúncias sobre a utilização de biomassa florestal para a produção de energia, a QUERCUS e a ACRÉSCIMO alertam para a urgente desmistificação de alguns equívocos.
- A aposta em recursos naturais renováveis não é sinónimo de florestas sustentáveis em Portugal pois promovem as culturas intensivas nomeadamente eucalipto.
- A aposta em bioenergias não é sinónimo de preservação dos recursos naturais em Portugal havendo elevado risco de sobre-exploração.
- A redução da carga combustível nas florestas não é sinónimo de contributo para o fundo de fertilidade dos solos! Talvez antes pelo contrário! É sempre preferível distribuir alguns dos resíduos estilhaçados no local do corte onde funciona como adubo orgânico com vantagens para a fertilidade e conservação do solo.
Lisboa, 18 de outubro de 2017
A Direção Nacional da QUERCUS – Associação Nacional de Conservação da Natureza.
A Direção da ACRÉSCIMO – Associação de Promoção ao Investimento Florestal