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28 anos depois de Chernobil, Quercus volta a alertar para os perigos da energia nuclear

nuclear almarazAssinalam-se a 26 de abril os 28 anos do acidente nuclear de Chernobil, na Ucrânia, que em 1986 fazia parte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, URSS. Num momento em que a Ucrânia vive um período de instabilidade política e militar, teme-se sobre o destino dado à segurança daquela Central Nuclear entretanto desativada, em aspetos relacionados com a degradação do sarcófago de proteção do reator 4 e com as formas de manutenção futura dessa estrutura.

 

A história tem mostrado que é muito difícil de prever o desenrolar de acontecimentos como os ocorridos em Chernobil e que a gestão das centrais nucleares e dos resíduos aí produzidos, que têm de ser mantidos milhares de anos, é uma herança com futuro incerto legada às gerações vindouras.

 

Central Nuclear de Almaraz – o perigo junto a Portugal

 

Neste dia, a Quercus saúda a Associação espanhola “Ecologistas en Acción” que, assinalando o aniversário de Chernobil, realiza o Encontro Internacional Criar Novas Energias, em Navalmoral de la Mata, localidade próxima da Central Nuclear de Almaraz.

 

A Quercus associa-se também à exigência de várias organizações espanholas para que seja encerrada esta Central Nuclear. A Central Nuclear de Almaraz, localizada a cerca de 100km da fronteira e junto ao rio Tejo, continua a revelar-se como um potencial perigo para toda a região transfronteiriça dado que esta Central já ultrapassou o seu período normal de funcionamento e, não obstante, viu prolongado em 10 anos o seu período de atividade.

 

De uma forma geral, a Quercus considera que há um risco preocupante com as centrais nucleares espanholas na medida em que nem todos os fatores de risco foram considerados nos testes efetuados. Com efeito, não estão contemplados os riscos de agressões externas (atentados, quedas de aeronaves, etc.) nem são considerados os riscos em caso de acidentes naturais (sismos, inundações, etc.) e os sistemas externos de gestão de socorro às centrais nucleares (bombeiros, guarda civil, etc.).

 

A título de exemplo, o risco sísmico no “stress test” à central de Almaraz efetuado pelas autoridades espanholas está claramente subavaliado e só foi analisada a resistência sísmica para sismos equivalentes aos que ocorreram entre 1970 e a atualidade. Pelo contrário, não foi analisada a possibilidade de ocorrerem sismos com uma grande magnitude, que atinjam com uma intensidade significativa a Central, como foi o caso do sismo de 1755, ou do que teve o epicentro em Espanha em 1954, com magnitude de 7,9.

 

Nuclear – Um ciclo impactante e demasiado arriscado

 

É fundamental olhar para o nuclear como um todo: os problemas estão no início do ciclo, nas explorações de urânio que causam problemas ambientais e de saúde graves em todo o mundo. Em Portugal várias décadas após o fim da exploração deste minério, sobretudo na zona centro do país, os problemas não foram completamente diagnosticados e por isso estão ainda longe de estar resolvidos. Existem mais de sessenta minas abandonadas que continuam a poluir a água e os solos e a afetar as populações vizinhas.

 

No final do ciclo também ainda não se conhece um destino estável e seguro a dar aos resíduos nucleares, que se mantêm potencialmente nocivos durante muitos anos, sendo que alguns elementos mantêm a sua radioatividade durante milhares de anos. O fabrico de bombas atómicas e de armas contendo urânio está também intimamente associado à energia nuclear e é um perigo que continua a pairar sobre a humanidade e o planeta Terra, sendo urgente a eliminação de todo este tipo de armamento para um mundo de paz.

 

A opção pela fissão nuclear é contrária ao princípio da precaução e põe em causa a norma ética da equidade transgeracional, sendo que à luz dos atuais conhecimentos, esta opção não é uma solução energética aceitável devido aos seus impactes no ambiente e na saúde humana. Neste dia simbólico, em que assinalam os 28 anos sobre o acidente nuclear de Chernobil, é pois importante continuar a alertar para os riscos que esta forma de energia comporta, para que Portugal e o mundo estejam livres do perigo do nuclear.

Lisboa, 26 de abril de 2014

 

 

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

A Direção do Núcleo Regional de Portalegre da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza